quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Arroz Especial com Castanha de Caju


"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.

A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.

A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.

A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma."

Não se acostumem com tudo na vida. Lute! Corra atrás do que realmente deseja!!

Esta receita foi novamente retirada do blog da Dani. Fica muito gostoso e combina com tudo!!!

Ingredientes:
- 2 xícaras de arroz
- 4 dentes de alho amassados
- 1 cebola média picada
- 2 colheres (sopa) de cebolinha picada
- 2 colheres (sopa) de salsinha picada
- 1 xícara de tomates picados ou 2 de mini-tomatinhos cortados ao meio
- 1 xícara de castanha de caju (inteiras) abertas ao meio
- 1 xícara de presunto picado
- 2 cubos de caldo de galinha
- 1/2 xícara de queijo parmesão ralado.
- 1 colher (sopa) de manteiga
- óleo para refogar o arroz


Modo de Preparo:

Faça o arroz refogando-o no alho e no óleo e ao invés da água pura, usar os cubos de caldo de galinha na água do cozimento. Enquanto o arroz cozinha, prepare os outros ingredientes. Quando o arroz estiver pronto, em outra panela aqueça a manteiga e doure a cebola rapidamente, junte o tomate, o presunto, a salsa, a cebolinha e a castanha e misture tudo bem rápido. Junte esses ingredientes ao arroz pronto, misture tudo com a ajuda de um garfo, jogue o queijo parmesão por cima e sirva.

Um comentário:

Fla disse...

Poxa, adorei o texto... bela reflexão.
E a receita, super especial.
Bjs